quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Eu (textos do passado)

Podia usar mil palavras para me descrever. Podia tentar dizer-te o que sou e como sou, mas as vezes, nem eu sei bem o que dizer.
Sou má, fria, cruel, tenho um espírito vingativo e calculista inimaginável. Nem sempre o sei aplicar.
As vezes mostro a parte boa, mimada, mais frágil de mim, e não sei a quem a mostrar.
Dou por mim a repetir os meus erros, a ter os mesmos pensamentos, e a não evitar danos colaterais.
Sou eu. Imponho o meu respeito. Falo alto. Sou ponderada. Perco as minhas nocoes as vezes. Avalio cada um no seu comportamento, na sua atitude mais inconsciente. Procuro a parte questionável de cada um e nunca acredito na pureza das palavras.
Espero a dor a toda a hora, e duvido sempre do que me dizem. Gosto que me ouçam. Que respeitem as minhas opiniões.
Amo conversar, adoro rir. Gosto de pessoas. De calor humano. Gosto de sentir, quando assim o permito. E vale o mundo para mim.
Sou um coração mole. Choro a ver filmes, choro por ver os outros chorar, choro ate com fotografias. Choro com olhares. As minhas lágrimas dizem tudo de mim.
Não abdico do meu espaço. Das minhas palavras. Dos meus momentos.
Se estiver nervosa rio-me. Se estiver mal entro no meu silencio. A simples pergunta "estas bem" faz-me ceder quando não aguento mais.
Adoro festas na cabeça. Beijos na testa. E mãos dadas.
Gosto de mensagens profundas. Acho q uma imagem traduz mil palavras, e um olhar traduz um numero incalculável. E eu guardo-os todos.
As minhas almofadas guardam a minha vida. Os últimos 15 minutos acordada do meu dia são passados a descarregar. As lágrimas sufocam as almofadas com as historias que não sei resolver.
Gosto que gostem de mim, e gosto de saber que gostam de mim. Dou a vida pelos meus amigos a espera que o façam por mim.
No fim do dia, nem tudo vale a pena. Mas esta vivido, tento seguir em frente.

Textos do passado.

Hoje estou cansada. Farta. Esgotada. Tenho vontade de desistir, de sentir que perdi, de cair e de me levantar. Hoje tenho vontade de mudar, de te largar, de te perder e de nunca mais te ver. Hoje tenho vontade de te esquecer, de apagar tudo aquilo que foste para mim até hoje e recomeçar.
Hoje é o dia em que vais começar a deixar de ser o que és para mim. Hoje é o dia em que eu cedo e perco. Hoje ganhaste. Entrego-te a vitória como prémio de consolação, agarro-me ao sonho e vou chorar até de manhã por ti. Amo-te hoje. Amanhã espero que não.
Fizeste-me querer, e lutar e tentar, inventar forças de formas que não julgava possíveis. Fizeste-me ter vontades. Ensinaste-me a não desistir até todas as cartas estarem jogadas e a última estar na minha mão. Só ai eu perdi. Perdi. -te, -me, -nos.

Querer sentir.

Tão estranho não sentir de volta. Aquele acordar que me faz ver que não tenho mais disponibilidade emocional. Quem no seu perfeito juízo recusa uma entrega honesta de amor, quem se sente mal por receber carinho? Não sei o que aconteceu. É uma estranheza entranhada em mim, que nunca desaparece, não me dá paz. Quero esvaziar e não consigo. Quero sentir e não consigo. Tratam-me bem e com tudo o que posso precisar e só me sinto a afastar. Questiono-me se no meu intimo não estarei presa ao passado mesmo sentindo que seguinte. Queria perceber-me. Não sei mais o que fazer, que palavras escrever, que respostas dar, que pensamentos estruturar. Quero-me levar a um lugar bom. Tanto tempo entregue à mesma realidade é ao mesmo conforto, tanto tempo habituada a pertencer orgulhosamente a alguém e agora não consigo sentir-me a chegar a ninguém. A proximidade afasta-me. É doloroso, confuso, estranho é contorce-me um bocadinho por dentro. Tinha tudo para dar certo e para que? Estou a fazer tudo para dar errado. Sei-o e não consigo parar-me. Fui feliz. Depois conformada. Era tua e deixei de ser. Não me dou a mais ninguém. Tão distante e dono de mim. Como tudo é tão injusto. Deixa-te ser feliz. Liberta-te. Permite-te descobrir o que a vida tem para dar. Aprende a dar os passos certos Muda.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O teu cheiro vicia-me. O teu toque desconcentra-me. Os momentos contigo tiram-me do sério, roubam-me o controlo, expõem-me as fragilidades. Sinto-me nua. Que capacidade estranha é essa de quebrar todas essas barreiras que cuidadosamente criei para não fraquejar? Tiras-me do sério. Aqueces-me a alma, fazes-me esquecer o passado e livre de expectativas, ansiar pelo momento a seguir. Quero-te perto. Sinto fisicamente a necessidade de te tocar mas não estás aqui. Onde estás? Aconchega-me. O teu colo dá me segurança. Paro Agora tenho medo de me apaixonar. De ficar enamorada por esta pessoa que ainda agora conheci mas que está a encher a minha cabeça. Gosto mas não quero gostar. Já me preocupo. E sofro por antecipação os males que ainda não me fizeste. As dores que ainda não me causaste. Divago num futuro que ainda não existe com base num momento que já passou. Continuo Não me lembrava de rir assim. De sentir assim. Da leveza, a despreocupação, o poder ser eu mas contigo. A aceitação. Não me lembrava do que um toque podia fazer. Da ansiedade. Do nó no estômago. Do que era ouvir a respiração de alguém que queremos sem tocar. Os teus lábios a passar pelos meus. A leveza de um nós que não é nós mas é, é uma estreia para mim. NÃO SEI QUE PODERES TENS TU PARA ME PERTURBARES ASSIM, MAS POR FAVOR, CONTINUA.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

13, Sexta Feira.

Diz-se dia de maus presságios o de hoje, Sexta-feira 13 - lua cheia. Hoje quero tornar o dia de mudança, revolução, reestruturação da vida que eu preciso. Das necessidades que eu tenho. Da força que me falta. Abri a persiana que me dá acesso à lua, qualquer uma serviria, a grandeza do que vejo é assim. Mas hoje, é a janela da sala que se abre. Tenho uma vista privilegiada sobre esse lua, tão cheia e tão luminosa que enche meio mundo de luz e peço-lhe sabedoria. Nunca soube ser religiosa, e agora tento agarrar-me a tudo o que me traga força e estranhamente começo a perceber todo esse mundo que vê no seu Deus uma força para continuar. Hoje, a Lua é a minha Deusa. E faço-lhe um pedido, não desesperado mas necessário, obrigatório. A tentar focar os olhos nessa luz que ofusca qualquer outra confesso à lua que preciso de um guia, um apoio, uma luz que me diga um caminho, que me traga certezas, que me segure as pernas, guarde o meu coração e me ensine a seguir. Que me abrace na dor que me destrói e me faça dar o passo a seguir. Não gosto de me sentir perdida, não gosto de não ter caminho e de não ser fiel a mim própria. Hoje não o sou. Estou fraca, e admito-o por não ter outra alternativa. Um dia essa sensação trouxe-me desgraça e quase me roubou a minha vida. Prometi-me quando me levantei, nunca mais me deixar ficar nessa situação, Lua... traz-me a força. Agarra-me e leva-me daqui, tu sabes os meus desejos mais íntimos eu confesso-tos nos meus sonhos. Leva-me para onde eu preciso, que a salvação está ai. A luta pela felicidade, que não tem que ser constante, mas tem que ser maioritária. Estou farta da infelicidade. Hoje rezo à Lua, o mau pode tornar-se no bom, e a fraqueza na força. Fecha os olhos, respira fundo, e acredita.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Onde estou?

Não sei de onde nasceu esse direito reivindicado de me deixares, julgava que era suposto dares-me a mão até eu adormecer, até não voltar, na hora de não acordar. Contava contigo até ai e agora deixaste-me neste lugar que não conheço. Olho à volta e não sei onde estou, olho para dentro e não me reconheço. E não sei quem sou nem de onde venho e isso irrita-me. Já não me sei defender e isso está a dar cabo de mim, sinto-me fraca outra vez e outrora jurei nunca mais o ser. Não gosto de quebrar promessas a mim mesma e isso está a acontecer agora. Tenho que me prometer algo ainda maior. Tenho que lutar por mim, tenho que acordar e revoltar-me, dar o grito do ipiranga e sair deste beco. Já não me lembro como isso se faz... tanto tempo sem pensar duas vezes no que é a vida sem ti, tanto tempo a ter-te como certo que agora que voltamos ao io-io eu já não sei ser eu. Acho que ando a implorar amor, tempo, atenção, desejo, vontade. Acho que ando a pedir-te o que já não tens para dar mas que eu quero tanto acreditar que tens. Estou a viver um pesadelo. Um conto de fadas com um final infeliz. Não existe o final feliz, mas foda-se, não foi isso que nos moveu sempre? Se me tivessem dito que era para ser assim eu tinha deixado tudo long long time ago. Não precisava de ter passado por tantas provações para deixar de lutar agora. Ensina-me a desistir. Parece ser-te mais natural. Parece fácil. A naturalidade como segues em frente é insustentável e por isso estou perdida. Deixo para trás a minha devoção, a luta, o amor, a vontade, a crença. Ainda me acompanha a dor e a mágoa, a tristeza, mas deixo-te no teu mundo e sigo a pé na jornada para me encontrar, afinal, não posso estar perdida. Tenho uma vida para viver. Odeio limpar as armas antes de sentir a batalha acabada, mas hoje, eu perco. Adeus.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sem título.

O que é que a minha ausência te diz? O que é que vês nos meus olhos? O que é que pensas que sou? Como pensas que estou? O que é que achas que eu penso quando te digo que aceito o teu mundo?
Já estou destruída e não sei por que caminhos ando. Já morri outra vez. Agora não sei como reagir. Não sei onde é que posso ir buscar força e energia para seguir. Os erros, depois de feitos não há como voltar atrás. Não há perdão, não há esquecimento nem fingimento. Estão ali, garanto-te, não desaparece.
Eu podia-te contar uma história de uma menina que amou às escondidas, que lutou, que achava que tinha conseguido e perdeu. Podia inventar um conto de fadas baseado nessa história, mas tu saberias que era uma forma disfarçada de te contar a minha vida. Não vês o que perdi? Juraste que me amavas, que ficavas comigo e que te fazia feliz... Fugiste assim que pudeste. Pensei que era mais, pensei mesmo que era mais.
O amor não se apaga assim pois não? Não passa assim, de um dia para o outro, como quem acorda diferente... O que é que nos apaga? Que chama é que desvanece? Que é que nos acontece? O brilho nos olhos... onde está? O formigueiro na barriga... não o sinto.
Ainda me fazes sorrir. Chegar perto de ti, é a única coisa que preciso para sorrir.
Não há nada melhor que isso certo?
Ainda sei que te amo, ainda me encanto contigo de cada vez que passas por mim, quando olhas para mim sinto-me derreter, quando me tocas... eu sinto um arrepio no corpo. Conseguia escrever a nossa curta história num livro quase tão grande como um dicionário completo. Dava-me jeito. Às vezes, faltam-me as palavras para falar de ti. Tenho uma ferida cá dentro, que dói, que arde, que me rasga.
Incrível como tudo o que eu queria era ter-te só para mim, exclusividade. Acho que é que o que toda a gente pede mas vou fazer de conta que sou única para tentar compreender-te, para tentar aceitar que isso é uma coisa impossível de me dares. Enquanto isso, a ferida aumenta, dói mais, fica sem espaço por onde abrir mais e eu sinto-me a ir, a desvanecer. Penso em coisas que não devo pensar, atitudes que não devo ter, palavras que não devo dizer.
Faço um esforço sobrenatural para não fazer asneiras.
Impecável. Sem falhas.
Foste sempre assim nas relações, burra eu. O que é que me deu? Já ninguém é assim. Não ganhas nada, ser estranho que sou.

Morri. Acordei para reagir mas a essência foi-se de novo. Não sei por onde começar para criar uma nova pessoa. Ajuda-me